28 de Maio de 2020

Comunicação pós crise



É no meio de uma crise que enxergamos o quanto atrasados podemos estar. Até meados de 2020, lojas e empresas investiram pesado no conforto para seu cliente e colaboradores em espaços físicos glamourosos e repletos de experiências sensoriais. Esqueceram-se do mais importante: o ambiente web.

Então, um novo vírus apareceu e colocou o mundo pra pensar, em casa. O capuccino, a poltrona de grife, o escritório com vista para a Avenida Paulista perderam o sentido. E os milhões de reais investidos foram, se não perdidos, empacados. Enquanto isso, empresas que enxergaram o avanço rápido da internet para os negócios e optaram por investir no E-Commerce comemoram hoje aumentos de, pelo menos, 50% de vendas em meio a uma pandemia mundial.

Sorte? Claro que não. A internet dá sinais de que iria conquistar o mundo dos negócios há pelo menos 10 anos. Mas a grande maiorias das empresas - especificamente falo das brasileiras neste artigo, mas que até poderia servir para as estrangeiras -  não quis "gastar" com isso. Foi neste momento que assinaram sua declaração de quase morte. Digo quase morte, porque a de morte definitiva virá para aquelas que ainda hoje, com essa crise monumental que tirou as pessoas da rua, continuam a não investir na internet.

O caso do Magazine Luiza é a prova mais real e motivadora de todos. Há anos, a empresa deixou de investir em suas lojas físicas e, em uma cegueira cibernética, seus concorrentes se acomodaram. Vejam essa informação do Portal Mercado e Consumo publicada em fevereiro deste ano, referente ao ano passado, bem antes da pandemia dar o ar da graça: "A expansão em ritmo exponencial também pôde ser vista nos indicadores operacionais da companhia. O Magalu terminou 2019 com 25 milhões de clientes ativos — contra 17 milhões do final de 2018, um crescimento de 41% — 1.113 lojas, 15 mil sellers e 13 milhões de produtos em seu marketplace. Criado há pouco mais de dois anos, o marketplace do Magalu terminou o ano com 3 bilhões de reais de GMV. No quarto trimestre, o crescimento da plataforma foi de 216,4%, fazendo com que o marketplace passasse a representar quase 27% do e-commerce total do Magalu".

Segundo matéria publicada no Portal Suno, Magalu teve aumento de 138% em vendas neste primeiro trimestre. E ainda quer melhorar sua margem de lucro através de dark stores (locais para armazenamento e envio de produtos vendidos de forma online, mas localizados em cidades diversas e menores, ao contrário dos grandes centros de distribuição).

Vejo hoje milhares de empresas, de pequenos varejos a grandes indústrias, correndo para implementar o e-commerce, mas o fazem de qualquer jeito. Nem preciso dizer que o ambiente digital não é para os fracos, preciso?

Um e-commerce deve ser feito por um especialista na área e devidamente planejado. Mais do que isso, sua empresa precisa se preparar para ele. A ferramenta tecnológica é importantíssima, mas a cultura da companhia precisa mudar, todos os funcionários, especialmente os comerciais, precisam ser treinados, a logística tem que ser repensada e a comunicação avançada.

Estar em um ambiente digital e não investir em campanhas de performance no Google e nas Redes Sociais é o mesmo que abrir uma loja sem fachada.

A receita é simples: profissionalize. E acorda, porque o tempo não está a seu favor.

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